Sergio Moro e Perfil Comportamental… Independente de visão política, a sua recente saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública é um prato cheio para entendermos um pouco mais sobre como perfis podem influenciar nos relacionamentos profissionais.
Se você espera encontrar aqui argumentos defendendo ou criticando a postura de Moro, sentimos muito em decepcioná-lo: nosso foco não é política, e sim tendências de comportamento.
No que se refere a comportamento, Bolsonaro e Moro possuem algo em comum: o perfil Dominante (também chamado de D, ou alto D).
O que é um perfil Dominante e o que isso tem a ver com política?
Quando vamos analisar o perfil comportamental de alguém (Sergio Moro terá o perfil analisado, neste caso), podemos utilizar os quatro fatores DISC: Dominância, Influência, Estabilidade e Conformidade.
Cada pessoa possui esses fatores em intensidades diferentes, que vão dando o tom da nossa personalidade.
Por exemplo, o fator Dominância está diretamente relacionado à tomada de decisão.
Pessoas com dominância elevada (alto D) tendem a gostar de tomar decisões, por isso, são mais altivas, diretas, firmes em seus posicionamentos e gostam de estar no comando.
Por outro lado, pessoas com baixa dominância (baixo D) tendem a não gostar de tomar decisões, por isso, acabam sendo mais amigáveis, pacientes para ouvir a opinião dos outros e preferem decidir coletivamente do que de forma individual.
E o que o perfil comportamental tem a ver com política?
Absolutamente nada. Mais uma vez, lembramos que este não é um artigo sobre política, e sim sobre personalidade.
O que a saída de Sérgio Moro do governo Bolsonaro nos ensina sobre o perfil comportamental
Quando dois dominantes concordam a respeito de algo, eles são imbatíveis. Mas quando eles discordam, o resultado é um conflito de sair faísca para todos os lados.
Foi o que aconteceu no embate entre Bolsonaro e Moro.
Enquanto existia concordância nos pontos de vista, parecia que eles estariam juntos para sempre, mas bastou um ponto de discordância para que o embate se tornasse feroz e público.
Nem Mandetta, que foi demitido após várias semanas de discordância com o presidente, assumiu uma postura tão combativa quanta a que Moro assume agora.
Vale ressaltar: Mandetta tem o perfil Estável, que é o oposto ao perfil Dominante.
O Estável tenta apaziguar o conflito até o último minuto, enquanto o Dominante tende a já partir para o confronto.
Vejamos algumas outras características do Dominante que podem ser ilustradas com o cenário político atual:
Dominantes valorizam trabalhar com autonomia.
Isso vale desde o dominante que é operário de chão de fábrica até o CEO de uma multinacional.
Para eles é fundamental trabalhar em algo onde possam tomar suas próprias decisões, sem precisar pedir constantemente a autorização de alguém.
Exemplo disso é a tal “carta branca” que Moro exigiu para aceitar o posto de ministro, ou seja, ele esperava ter autonomia total para comandar a pasta da forma como preferisse, sem precisar subordinar suas decisões ao presidente.
Dominantes detestam ter sua autoridade questionada.
Se existe algo capaz de tirar um dominante do sério, é quando alguém passa por cima da sua autoridade.
É por isso que um dos pontos chave para a boa convivência com um alto D é respeitar o desejo dele de ter a última palavra, a decisão final.
Moro sentiu sua autoridade questionada quando o presidente demitiu o diretor da Polícia Federal; por sua vez, Bolsonaro também teve sua autoridade questionada pelas posturas do então ministro.
Perceba, então, que não é apenas uma questão de quem está certo ou quem está errado.
A personalidade dos dois tem um peso muito grande na forma como a situação se desenvolveu.
Dominantes não escondem suas insatisfações.
Eles são pessoas que não engolem sapo, não levam desaforo para casa e não usam meias palavras.
Então, quando o dominante discorda de você, ele vai deixar isso muito claro.
É possível ver isso tanto na postura de Moro quanto na de Bolsonaro.
Ambos fizeram questão de ir a público afirmar de forma muito enfática os seus pontos de vista.
Dominantes só se submetem a líderes que eles admiram, podendo ter dificuldade para obedecer a uma hierarquia
Esse é um ponto que sempre ressaltamos no curso de análise de perfil.
Se você vai ter um dominante na sua equipe, é fundamental conquistar a lealdade e admiração dele, pois o alto D apenas segue e obedece a alguém que ele respeita.
Quando o dominante acredita na liderança do seu superior, ele obedece sem questionar.
Mas se ele não acredita nessa liderança, mantê-lo na equipe pode ser desastroso, pois, já que ele não esconde suas discordâncias, costuma influenciar outras pessoas ao seu ponto de vista, criando muitas vezes uma liderança paralela dentro da organização e causando divisão interna.
É fato que a saída as declarações de Moro causaram certa divisão, mesmo entre os simpatizantes do atual governo.
Quais lições podemos tirar disso tudo?
Por mais que existam divergências de posicionamento que nada tem a ver com perfil, é fato que a personalidade do presidente e do ex-ministro influenciaram para que a situação se agravasse e chegasse às atuais proporções.
Portanto, entender de perfil comportamental é fundamental para prevenir conflitos e potencializar os resultados de um time – seja ele político ou não.
Quando conhecemos o perfil dos colaboradores, sócios e mesmo dos familiares, conseguimos prever certas reações, alinhar expectativas e lidar melhor com as necessidades de cada um, evitando conflitos e entendendo melhor pontos de vista diferentes.
E você? Sabe qual é o seu perfil comportamental?
O que você achou do texto? Acha que Sergio Moro e Perfil Comportamental têm tudo a ver?
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Até o próximo texto!