Nos últimos anos, os profissionais passaram a questionar com mais intensidade o ambiente de trabalho, a qualidade da liderança e as oportunidades de crescimento que recebem dentro das organizações. Em meio a esse movimento, novas tendências de comportamento surgiram para expressar insatisfação, sendo algumas mais sutis e outras bastante radicais.
Uma das mais impactantes é o revenge quitting, que vem chamando atenção de recrutadores, empresários e especialistas em gestão de pessoas. O termo em inglês, traduzido livremente como “demissão por vingança”, descreve um fenômeno que pode gerar consequências sérias para as empresas, tanto em custos financeiros quanto em reputação.
O que é Revenge Quitting e por que acontece?
O mundo do trabalho passa por mudanças profundas, impulsionadas por novas gerações, pelo avanço tecnológico e pelas transformações nas relações entre líderes e equipes. Nesse cenário, surge o revenge quitting, também chamado de demissão por vingança.
Esse fenômeno ocorre quando um funcionário decide deixar o emprego de forma abrupta, muitas vezes sem aviso prévio, como uma forma de retaliação à empresa ou à liderança. Normalmente, a decisão é alimentada por sentimentos de frustração, falta de reconhecimento, ambientes tóxicos ou desgastes acumulados ao longo do tempo.
Mais do que uma simples saída, o revenge quitting carrega um forte caráter simbólico: é um ato de ruptura que pretende “dar o troco” à organização, chamando atenção para problemas ignorados por muito tempo.
Por que o Revenge Quitting está crescendo?
Esse comportamento não surge do nada, já que é reflexo de transformações sociais e corporativas recentes. Três fatores principais ajudam a entender por que o revenge quitting vem ganhando espaço.
Primeiro, há uma mudança significativa na dinâmica entre empregador e empregado. Se no passado a estabilidade era prioridade, hoje muitos profissionais se sentem confiantes para trocar de emprego em busca de algo mais alinhado às suas expectativas.
Segundo, a exposição em redes sociais deu voz a funcionários insatisfeitos. Plataformas como LinkedIn e TikTok se tornaram palco para desabafos e relatos de experiências ruins, gerando até movimentos coletivos de denúncia.
Por último, existe uma maior conscientização sobre ambientes de trabalho tóxicos. Questões como assédio, sobrecarga e falhas de liderança não ficam mais restritas aos bastidores. Quando não resolvidos, esses problemas podem levar ao ponto de ruptura, que neste caso é o pedido de demissão como vingança.

Revenge Quitting vs Quiet Quitting: qual a diferença?
O revenge quitting costuma ser confundido com outro fenômeno popular: o quiet quitting. No entanto, os dois representam respostas diferentes ao mesmo tipo de insatisfação.
No quiet quitting, o colaborador não chega a pedir demissão. Ele reduz o engajamento, cumpre apenas o mínimo esperado e evita esforços adicionais, como uma forma silenciosa de autoproteção. É um protesto passivo, muitas vezes imperceptível no curto prazo.
Já o revenge quitting é a decisão radical e repentina de abandonar o cargo. Em vez de se distanciar aos poucos, o profissional corta o vínculo de forma abrupta e, em alguns casos, até midiática. Enquanto o quiet quitting sinaliza desgaste silencioso, o revenge quitting funciona como um grito de insatisfação.
Para líderes e recrutadores, essa diferença é essencial: enquanto um pode ser revertido com ajustes internos, o outro tem impacto imediato e de difícil reversão.
Impactos do Revenge Quitting nas empresas
A saída repentina de colaboradores gera efeitos que vão muito além da vaga em aberto. Entre os impactos mais comuns estão:
- a perda de produtividade da equipe, que precisa se reorganizar às pressas;
- o aumento dos custos com contratação emergencial, que geralmente exigem mais recursos e prazos menores;
- o risco de danos à reputação da empresa, já que saídas públicas e compartilhadas em redes sociais podem afastar talentos futuros;
- a queda na moral dos colaboradores remanescentes, que percebem o clima de instabilidade e insegurança.
Para organizações que já enfrentam dificuldades na retenção de talentos, o revenge quitting é um alerta vermelho: algo precisa ser feito antes que mais funcionários tomem a mesma decisão.
Como prevenir o Revenge Quitting com análise comportamental
Se o fenômeno é real, a boa notícia é que existem estratégias eficazes para reduzi-lo. E uma delas passa pelo conhecimento profundo do perfil dos colaboradores.
O papel do CIS Assessment
O CIS Assessment é uma ferramenta de análise de perfil comportamental com 98,8% de precisão, validada pela Universidade Federal do Ceará. Com ele, empresas conseguem compreender como cada indivíduo pensa, age e se motiva.
Essa clareza é essencial para identificar potenciais incompatibilidades entre funcionário e função, melhorar a comunicação interna e criar estratégias personalizadas de engajamento. Ao entender o comportamento de cada profissional, os líderes podem agir preventivamente, reduzindo riscos de ruptura abrupta.
A importância da Teoria de Valores
Além do perfil comportamental, o relatório do CIS Assessment também contempla a Teoria de Valores de Eduard Spranger, que ajuda a compreender as motivações mais profundas de cada colaborador.
São seis os valores centrais que influenciam nossas escolhas e percepções:
- Teórico: busca pelo conhecimento.
- Econômico: foco na utilidade e nos resultados práticos.
- Estético: valorização da harmonia e da beleza.
- Social: priorização das relações humanas.
- Político: desejo de influência e poder.
- Religioso: ênfase em princípios e ideais.
Ao alinhar funções, projetos e programas de reconhecimento com esses valores, as empresas conseguem não apenas aumentar a motivação, mas também criar um ambiente de trabalho mais inclusivo, colaborativo e resiliente.

Estratégias práticas para reduzir o risco de Revenge Quitting
Prevenir a demissão por vingança exige uma combinação de boas práticas de gestão, cultura organizacional saudável e ferramentas de apoio. Entre as medidas que podem ser aplicadas estão:
- Promover uma comunicação aberta e transparente, oferecendo canais reais para que os colaboradores expressem suas preocupações.
- Investir em desenvolvimento profissional, garantindo oportunidades de crescimento, aprendizado e valorização.
- Reconhecer conquistas e valorizar os colaboradores de acordo com seus perfis e motivações internas, evitando programas genéricos que pouco impactam.
- Cultivar um ambiente de respeito e colaboração, no qual líderes atuem como facilitadores, e não apenas como gestores de tarefas.
- Utilizar ferramentas como o CIS Assessment para conhecer de perto o time e desenvolver estratégias específicas de engajamento e retenção.
- Realizar pesquisas de clima organizacional para identificar pontos de insatisfação antes que se tornem crises.
- Oferecer flexibilidade de trabalho sempre que possível, demonstrando que a empresa valoriza o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
E, acima de tudo, desenvolver lideranças fortes e conscientes, capazes de construir relações de confiança e gerar lealdade genuína entre os colaboradores.
Conclusão
O revenge quitting é mais do que uma tendência passageira: é um reflexo das mudanças no mercado e nas expectativas dos profissionais. Ele mostra que colaboradores não estão mais dispostos a tolerar ambientes hostis ou lideranças desatentas.
Por outro lado, também é um convite para as empresas repensarem suas práticas. Com ferramentas como o CIS Assessment e uma gestão baseada em valores humanos, é possível antecipar sinais de insatisfação, fortalecer vínculos e criar ambientes em que as pessoas queiram permanecer.
Não espere que o revenge quitting bata à sua porta. Invista hoje no conhecimento do perfil comportamental da sua equipe e transforme a cultura da sua empresa em um diferencial competitivo.
Quer descobrir como o CIS Assessment pode ajudar sua organização? Entre em contato com as nossas analistas e dê o primeiro passo para construir equipes engajadas, motivadas e preparadas para o futuro.